domingo, 10 de maio de 2015


             O MAIO DE 68 E A QUESTÃO SEXUAL

 


         Não sei, mas julgo que pouca gente saberá que o pontapé de saída (ou um deles) para os acontecimentos de Maio de 68 foi dado em Janeiro desse ano, quando o ministro francês da Juventude e Desportos visitou em Nanterre um centro desportivo, onde, como lhe competia, quis saber das condições de aquecimento, de ventilação, de purificação de águas.

                           
 
Quando saiu, tinha meia centena de estudantes a vaiá-lo. Irrepreensível democrata, o ministro condescendeu em dialogar. É quando lhe aparece um ruivo a pedir-lhe um debate sobre a questão sexual.



Eu não estive lá para ver, mas posso facilmente imaginar o ministro a querer conter o riso, a pensar que aquele ruivo a quem chamavam Dani Le Rouge, estava a entrar com ele. Mas o ruivo insistiu:
          - A construção de um centro desportivo é uma medida hitleriana!
          - Mais pourquoi, monsieur?
          - Porque quer distrair a juventude com o desporto e desviá-la dos reais problemas da sociedade.
          - Mais non!
          - Mas sim. A questão essencial neste momento era governo tratar do equilíbrio sexual do estudante!
Depois, foi o que se seguiu. Naturalmente, devido ao desequilíbrio sexual dos estudantes.
 
 
Não estou a brincar. Isto foi objecto de um relatório secreto da polícia francesa, e para o provar teria que vos mandar ler a Vida Mundial na edição de Maio de 98 que relatou os acontecimentos, mas vistos pelo lado da polícia.

1 comentário:

  1. Ignorância a minha, desde sempre pensei que o famoso maio de 68 tivesse a ver os jovens a contestar a falta de oportunidades na vida, por causa do bloqueio da anterior geração à ascensão dos jovens; a final tratava-se "de coucher ensemble avec l'autre en pleine liberté". C'est la vie.

    Ando para comprar um libro editado aqui em França da autoria de Salin Bachi intitulado "Le consul". Ainda não tive a disponibilidade de 20 euros sem que esses mesmos não me fossem faltar mais tarde, mas este Le Cônsul, trata nada menos e nada mais, a vida o gesto e o destino de un tal Aristides Sousa Mendes Consul de Portugal em Bordeaux durante a segunda guerra mundial. O destino do tal Senhor é conhecido, o seu gesto também, mas a sua memoria é tratada por autores estrangeiros; isto para nós são trocos.

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