domingo, 1 de março de 2015



    É A DEMOCRACIA TOTALITÁRIA,
                   MEU ESTÚPIDO!

O novo elemento perturbador introduzido na ideia de nação e de Estado foi, no tempo entre guerras o Estado-partido - ou vice-versa, dá no mesmo. Em todo o caso, os regimes totalitários saíram de movimentos revolucionários. Ou seja, partidos que se impuseram pela força e modelaram os respectivos estados, reclamando-se ao mesmo tempo da missão transcendente de criar um homem novo.


O Estado-partido monopoliza o poder e concentra nele todos os poderes, pronto a expandir-se por todo o corpo social como manancial de vida, designadamente de vida económica, por oposição aos mercados e decorrentes liberdades outorgadas por esses mercados ao manejo dos capitais.
Com a vitória das democracias parlamentares sobre os totalitarismos, coube aos mercados o papel de minimizar o Estado enquanto entrave ao tal livre manejo dos capitais.
E como a política acompanha muito a física, e como a natureza tem horror ao vácuo, estava na hora de serem os mercados a modelar as vidas e de serem mesmo eles os mananciais de vida.


Até ao limite de os mercados se afirmarem na prática como um novo (e não muito disfarçado) totalitarismo, enxertado à força na ideia de liberdade e democracia e continuando a viver a coberto delas, liberdade e democracia. E por sinal, saído também ele do processo revolucionário capitalista que emerge da crise-golpe dos sub-primes.


E como revolução sem tiros (até ver) que sem dúvida é, os mercados já criaram o homem novo do milénio quando aboliram da vida e da moral todo o valor não mercantil – estando ainda em vias de abolir da vida mental todo o pensamento que não seja o único, o económico.


Um homem novo a quem inibiram as capacidades de julgamento para lá das que lhe apresentem numa bandeja o máximo lucro que possa resultar da sua acção.
         Mas o historiador Arnold Toynbee comentava que a revolução, é um recurso à violência, e por isso, tal como a guerra, é dispendiosa, raras vezes atinge os objectivos em vista, e algumas vezes os seus efeitos são a reposição e o agravamento do regime contra o qual se revoltaram.







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