quinta-feira, 7 de agosto de 2014


        O CAOS DO NOSSO PASSADO



Os judeus, pois, sempre eles na corda bamba da História.


Não existiram campos de extermínio pelo gás em território alemão? Sei lá. Mas o próprio Simon Wiesenthal, notório caçador de nazis do pós-guerra, terá escrito em revista ou jornal, não sei bem, chamado Stars and Stripes, edição de 24 de Janeiro de 1993, que o gazeamento de judeus apenas teria acontecido na Polónia.


Holocausto. Negacionismo. Revisionismo. A História. Há modos vários de chamar à tendência de certos historiadores contemporâneos no desvalorizar ou no minimizar aquilo que o mundo depois de 45 considerou o martírio e o genocídio dos judeus às mãos de Hitler, o Holocausto, os muitos milhões de judeus exterminados nas câmaras de gás de vários campos de concentração. E historiadores desses há-os de extrema direita, e há-os de extrema esquerda, o que não deixa de ser intrigante.
Um tal Paul Rassinier era comunista em 1923, era esquerdista nos anos 30, era socialista em 34, era preso pela Gestapo em 43, deportado para Buchenwald, torturado. Regressa do campo inválido. Concorre às eleições francesas de 46. Perde. Escreve um livro em 1950. Nega a existência de câmaras de gás. É expulso do Partido Socialista francês, recebe apoio da extrema direita e de várias personalidades anti-semitas. Torna-se ferozmente anti-comunista. Dizem ser ele o primeiro negacionista no que toca ao Holocausto. Paul Rassinier.

                                                                                                   

Quem serão os negacionistas? Como será a sua estrutura mental? Leio que se distinguem por uma estranha mestiçagem político-ideológica, pacifistas, anti-semitas, anti-comunistas… e anti várias outras coisas, seguramente, e seguramente a favor de outras tantas que eu não sei quais são…


Há quem diga que são estalinistas e que para melhor esbranquiçar os crimes de Staline lhes convém por igual absolver o nazismo. Ou o contrário: para porem em melhor destaque histórico os goulags estalinistas convir-lhes-à branquear o nazismo, pôr o nazismo a salvo dos horrores que Stalin terá cometido – incluindo com judeus.
Mas não se deve poder negar a evidência de uma esquerda anti judaica (ou anti-sionista) e pró-palestina. Já a havia nos primeiros tempos do século que agora é passado.


Enfim, é o nosso presente que constrói o nosso passado, não tenhamos ilusões. Por isso é que não há presente. O nosso momento presente escoa-se a reflectir o passado, que é o único tempo que realmente existe, revisto, revisitado, reformulado, falsificado, reavaliado. E até porque foi no passado que germinou e começou a definir-se o nosso presente. A cada segundo do presente que passa, formando o passado e reconstruíndo o mesmo passado que o formou, há uma estória reescrita. A grande História reescreve-se pela experiência incerta e sufocante do tempo.


No caso do Holocausto, como noutros, estamos frente a frente com o passado. E o passado é um caos. Um caos arbitrário formado por uma multitude de acontecimentos. Não é conveniente enfrentar um caos sem uma consciência prévia dele, sem uma razão, sem uma hipótese, sem uma teoria.
Uma certa História só pode ter sido formalmente feita por certo tipo de homens. Por exemplo, nos tempos presentes, e sendo a circunstância das Forças Armadas portuguesas aquela que hoje é, nunca seria possível desencadearem-se  factos que agregados, contraditórios e aleatórios, formaram o corpo acontecimental que designamos por 25 de Abril.
Mas quem pode julgar moral e historicamente, num dado tempo e circunstâncias,  os homens que fizeram os factos dessa História noutro tempo e noutra circunstância? (Agora de repente lembrei-me da descolonização, a nossa, mas não é por aí que vou.)
Será que a História pode entender o homem que a faz? Ou, dizendo de outra maneira: será que a historiografia tem os meios de compreender a História que escreve?


Bom, acontecimento histórico quase se pode dizer que é o que acontece ao pensamento do historiador, no pensamento do historiador.
Ah, sim? E as fotografias e os filmes feitos depois da libertação nos campos de concentração alemães a mostrar as pilhas de cadáveres? São falsas?
Bem. Pois até que podem ser. Não seria difícil. Mas também pilhas de cadáveres não quer dizer que tivessem sido gazeados. Havia nos campos alemães muita epidemia e muita fome com que matar muita gente sem ser preciso gás.
Atacar a veracidade do Holocausto custará hoje tanto sofrimento moral aos hebreus como se estivessem eles a ser fisicamente atacados de novo. A memória do Holocausto é uma simbólica sagrada para os judeus e os anti-semitas de hoje bem o sabem.


Edgar Morin diz-nos que o pensamento, enquanto pensamento, não desempenhou na História um papel por aí além - Aristóteles não influenciou Alexandre com o seu pensamento, a não ser para caucionar certos factos consumados. Mas não é possível negar o papel que o pensamento, sem contudo a controlar, desempenha na História.


Fotografias. Filmes. Testemunhos. Provas, em suma. Os revisionistas dizem não haver prova alguma do facto histórico do Holocausto. Há testemunhos. Individuais. Contraditórios. Quantos dizem ter visto realmente um gazeamento?
Documentos? Não os há. Ou não nos chegaram. Estatísticas.  O mesmo. Nada prova documentalmente – dizem – os abat jours feitos de pele humana. Nada prova a realidade de fornos crematórios preparados para calcinar milhões de corpos. Há testemunhos. Individuais. Contraditórios.
Neste particular do facto passado há sempre os que, eu diria instintivamente, desconfiam de todos os testemunhos que possam negar versões da verdade tornadas oficiais e que governos e partidos nos possam dar dos factos históricos. Assim como os há de posição contrária: tudo o que é versão oficial lhes cheira imediatamente a arranjo ou pura falsificação dos factos. Uns como outros praticam razoavelmente a ingenuidade. Talvez. Mas talvez mais uns do que outros. Quais? Se eu soubesse… se eu soubesse não estava aqui…


Depois da guerra havia milhões e milhões de judeus ainda vivos na Europa. E nisso acredita-se com facilidade. Mas outras centenas de milhar morreram efectivamente durante a guerra por variadíssimas causas. Muitos fugiram da Europa logo a seguir à guerra. Muitos emigraram. Para a América. Para a Palestina. Para tanto lado.


Poderia um extermínio maciço ser mantido secreto mesmo dos que sabiam que iam morrer? Dificilmente. Os gazeamentos que eventualmente houve também não foram em massa. E, pronto, aqui está o centro da querela: o extermínio judeu pode ter sido uma gigantesca manobra de propaganda. E, vejamos, a verdade é que os judeus por esse mundo fora, pelo seu poder financeiro sempre controlaram os meios de comunicação à escala mundial, jornais, revistas, rádio, televisão, cinema… é inegável…
Que aconteceu realmente no caos do nosso passado?
Nenhum acontecimento se destaca por si só  de outros acontecimentos – dizem os teóricos da História. Cada acontecimento é mais um, entre outros. A valorização dele não pode acontecer sem a existência de um sujeito valorizador.
Ah, mas os negacionistas conseguiram notas telefónicas de Himmler de 30 de Novembro de 41. Usam-nas como prova. Prova de quê?  Claro: de que não havia em curso nenhuma eliminação de judeus.
Transporte judeu partindo de Berlim sem liquidação - rezaria a sobredita nota de Himmler. Que significa? Como interpretará um historiador estas palavras? Que Himmler não queria que os judeus - ou pelo menos esses desse carregamento de Berlim - fossem liquidados?


Ah, mas parece existirem provas de que o conteúdo desse carregamento foi mesmo liquidado…
E se o Himmler não queria liquidação naquele caso, é porque havia mesmo liquidação.
Lutei contra os judeus de olhos abertos, à vista do mundo inteiro, e ficou claro que essa praga parasita da Europa seria finalmente exterminada – disse Hitler.
E não era propriamente uma crueldade, no pensamento de Hitler, exterminar os judeus. Se até criaturas inocentes da natureza, como lebres e veados, quando estão infectadas precisam de ser mortas para não contaminar as outras, porque é que as bestas que nos queriam trazer o bolchevismo deveriam ser poupadas? – continua Hitler a perguntar. Na volta, o grande problema para ele não eram os judeus, era o bolchevismo que os judeus poderiam querer implantar - e até porque, como é sabido, Karl Marx, Trotzki, Rosa Luxemburg eram judeus…


A História é uma escolha de acontecimentos. Não passa disso. E pior ainda: uma escolha preconcebida. 
                                                                                                   
                                                                                                       
E provas de que as câmaras de gás de Auschwitz, por hipótese, foram utilizadas para matar gente?
Os primeiros a entrar em Auschwitz na hora da vitória parece que foram os russos. E Auschwitz terá sido modificada a seguir à guerra. Terá sido construída uma sala suficientemente grande para parecer uma câmara de gás – custa um bocado a acreditar, não? Fred Leuchter, o maior especialista em design e construção de câmaras de gás (americano, por sinal) efectuou – terá efectuado - um cuidadoso exame em Auschwitz à tal sala, e a outras, e considerou absurdo dizer-se que o compartimento pudesse ter sido utilizado para execuções.
Auschwitz seria um centro de internamento e um complexo de manufacturas diversas onde se produziam variadas coisas, entre elas combustíveis sintéticos. Os presos internados em Auschwitz eram força de trabalho escravo, isso sim – e não é nada pouco.


Alguém daí terá lido – ou visto, no estrangeiro – uma peça de teatro que fez enorme furor pela Europa nos anos 50, ou 60, se não erro, de um senhor chamado Rolf Hochuht e intitulada O Vigário? Se leu, ou viu, na época, tomou pela primeira vez conhecimento de uma coisa chamada Ziklon B. O que era? Era um gás. Cianídrico. Um pesticida muito usado na Europa de então. Venenoso, claro. E alegadamente  utilizado para as execuções por gás em Auschwitz.


Mas seria o Ziklon B o gás ideal para o efeito? Dizem-me que não. Que era tão somente um pesticida. E que foi parar a Auschwitz para fumigar roupas e matar pulgas e piolhos, que era o que mais havia nos alojamentos dos prisioneiros, e daí as pestes e a mortandade devida ao tifo que os piolhos transmitem. Para matar gente havia gazes muito mais poderosos.
Serão precisas 20 horas para arejar uma casa depois de fumigada com Ziklon B.


Mas se o comandante do campo de Auschwitz disse que os seus soldados entravam nas câmaras de gás para ir buscar os corpos 10 minutos depois da acção de morte… ui!, impossível: se os soldados lá entrassem 10 minutos depois levavam o mesmíssimo tratamento dos gazeados. E o comandante até disse que os soldados fumavam o seu cigarrito enquanto tiravam os corpos das câmaras de gás… ui!, falso: o Ziklon B é altamente explosivo.
Mas se os historiadores do Holocausto afirmaram que era possível cremar corpos em cerca de 10 minutos… ui!, não pode: um corpo leva coisa de hora e meia a ser incinerado, e descontando os ossos maiores, que precisam de um tratamento à parte.


Então vamos lá a ver… suponhamos um ciclo generalizado de serviço de gazeamento em todos os campos alemães… sim… muito bem, qual seria o máximo de corpos possíveis de cremar se todos os campos estivessem em funcionamento ao mesmo tempo? 430.600, grosso modo. E agora pergunta-se outra coisa: quantas toneladas de cinza iriam produzir 6 milhões de corpos carbonizados? Muitas toneladas. Tantas que seria inconcebível na Alemanha um depósito de cinzas tão grande…
Então como se explica que, se Auschwitz não era um campo de morte, o comandante tenha confessado que era?
Foi torturado pela polícia militar inglesa – dizem os revisionistas da História. Admissível, mas…
O Daily Express londrino, na sua edição de 24 de Março de 1933 anunciava em manchete: A Judeia declara guerra à Alemanha.


Que significa a travessia do Rubicão por César no ano de 49 antes de Cristo? Sim, quantas pessoas, aos milhares, não atravessaram esse riozito que me dizem ser o Rubicão sem que isso constituísse facto histórico, e o facto de ter sido César a fazê-lo tornou a travessia histórica - e atenção!, histórica não por ter sido feita por um imperador romano? Questão de contexto, tão somente. Questão de relação desse facto com outros. Concretamente, a travessia de César está relacionada com a queda do Império e com a iminência de uma nova ordem histórica mundial. Aí está.


O facto histórico tem relações com uma totalidade e é visto e interpretado desta maneira ou daquela segundo um dado sistema de referências – e de interesses - de quem o interpreta e no tempo em que o interpreta.
Um facto pode ser bruto. Sim, bruto como as casas. Ou pode ser resultado de uma intervenção teórica. Um facto bruto é, por exemplo, eu estar aqui chateado que nem um perú a escrever estas patacoadas às 11 horas da manhã do dia 7 de Agosto de 2014. Facto bruto. Brutíssimo. Mas será histórico? Espero que não…
Até aqui há uns anos seria histórico falar nas propriedades e particularidades do gás Ziklon B? Que teoria sustentará o facto de serem trazidas à baila as características do matador de piolhos chamado Ziklon B?
O que é que individualiza os acontecimentos? A sua diferença de pormenor? O que eles são em si mesmo? Pergunto.


E não se queira desencantar nas minhas palavras alguma inclinação para um lado ou para o outro do problema da verdade ou da mentira do Holocausto. Não sei. Não vi. Não estava lá. Como poderia eu saber? E então, claro que sou da sua opinião e da contrária, se for preciso. Como dizia o outro. Porque não tenho nenhuma verdade nem nenhuma fé sobre estes casos e nem um lado nem o outro da verdade me surpreenderia assim tanto. Não sei. Não vi. Não estava lá. Pergunto-me tudo isso a mim próprio. E se para uns o Holocausto é matéria indiscutível, e nem eu tinha o  direito de estar para aqui a falar nisso, para outros ele não existiu e ponto final, e para um terceiro grupo ainda, quiçá senhor de uma sensibilidade democrática mais aguda, ainda a dúvida lhe permanece no espírito e até acha muito bem que eu esteja aqui a falar nisso…


O que é um facto - ainda por cima histórico? O que é um acontecimento? Será que as coisas acontecem mesmo? Será que os factos nunca acontecem e são uma operação da nossa imaginação e do nosso ideal?
O que os individualiza – aos acontecimentos -  é o acto simples de… acontecerem. Acontecerem neste momento e não naquele ou no outro. Paul Veyne, o famoso professor, diz que a História não se repetirá nunca, mesmo que lhe aconteça repetir a mesma coisa.
          
                                                                                    

O cão que é atropelado neste dia não é aquele que foi atropelado na véspera. E só porque hoje não é a véspera.
O ouvinte quer coisa mais subjectiva do que a História? A historicidade é subjectiva. O historiador diz-se que tem o direito de escolher o itinerário para descrever um campo de acontecimentos, porque o curso dos acontecimentos não avança nunca por uma linha direita e perfeita.
A visita de uma delegação oficial da Cruz Vermelha Internacional a Auschwitz, em Setembro de 1944, relatou que os prisioneiros internados podiam receber pacotes. Quanto aos rumores que iam aparecendo na imprensa internacional acerca de câmaras de extermínio pelo gás, segundo o mesmo relatório… não puderam ser verificados…


Quem leu ou viu a peça de teatro que atrás mencionei, O Vigário, talvez se lembre de que o centro do drama estava na posição que o papa Pio XII e o Vaticano tomavam ou não, já não só relativamente ao nazismo, mas mais em concreto em relação às câmaras de gás e ao extermínio dos judeus…
Dizem os mais duvidosos que a existirem evidências de campos de extermínio o Vaticano estaria em condições de o saber, e se o Vaticano ficou silencioso… é porque não havia campo de extermínio algum na Alemanha hitleriana… e isto pode ser uma descarada falácia, e para o autor da tal peça de teatro, Rolf Hochuht, o Vaticano e o papa conheciam de ginjeira o que se passava na Alemanha, mas ficavam calados e assobiavam para  lado.
Vá-se lá agora saber…


O que é um facto?
O acontecimento é o que se destaca de um fundo de uniformidade e é impossível de conhecer a priori.
Qual o real balanço do Holocausto?
6 milhões? 4 milhões? 2 milhões?
O grande número é de judeus que morreram de causas naturais ou que foram mortos?


Poderiam aqueles chuveiros ter sido usados como câmaras de gás?
Terá Hitler dado uma ordem formalizada para a solução final? Ou não?
Sim? Então onde está essa ordem?, perguntam os sacanas dos negacionistas.


Perguntas talvez de interesse relativo e mais especulativo do que outra coisa. Para mim é pouco importante. Nem que fosse só um. Basta-me saber que houve seres humanos que foram discriminados, assinalados, perseguidos, amontoados como porcos, transportados como gado, expostos a epidemias fatais, obrigados a trabalho escravo, obrigados a ser cobaias de experiências médicas, assassinados a tiro, à facada, à fome, à peste ou à pancada, para que a minha consciência moral se revolte, seja qual for o número deles e sejam eles judeus, comunistas, ciganos ou homossexuais.
Holocausto. Mas quantos morreram afinal de contas?
Os negacionistas estimam de 300.000 a 500.000. Uma diferença de 5 milhões e 700 mil relativamente à versão oficial.
E se alguns sobreviventes afirmam ter visto corpos atirados para fossas e queimados com gasolina, os revisionistas alegam que a falta de combustível na Alemanha desse tempo seria razão bastante para tal não ter acontecido tanto assim. Além de ser pouco provável que corpos humanos possam ser incinerados dessa maneira em fossas devido à questão do oxigénio.


Para ter a dignidade de ser histórico, um facto deve preencher um requisito único: ter acontecido mesmo. É do amigo Banana. Cada facto está revestido de uma espessa margem de não-acontecido e esse não-acontecimento ficará sempre implícito ao facto.
O facto é aquilo que o fazemos ser e quando parte dos factos históricos que sabemos são vulgata escolar, são sempre a menor parte do que poderíamos saber.


Porque os meios teóricos  de determinação do facto já constituem o próprio facto.
Ou será que o historiador  tem sempre de enunciar as verdades primeiras? Responde Paul Veyne: As verdades primeiras têm uma tendência vergonhosa para se substituírem às verdades verdadeiras. Se ignorarmos que as nossas concepções do céu, das cores e do lucro, justificadas ou não, não são eternas, não teremos a ideia de interrogar os documentos sobre estes assuntos, ou melhor: não perceberemos mesmo nada do que eles dizem. 

                         

Bem, mas, vamos lá a ver, se os números e as circunstâncias do Holocausto estão desajustados, são exagerados, foram sendo manobrados e manipulados para cima com o correr do tempo, podemos perguntar: a quem pode ter aproveitado essa manobra e essa manipulação? E a resposta dos revisionistas da História à pergunta afigura-se por demais óbvia: beneficia os próprios judeus, vitimiza-os, confere-lhes autoridade moral, política e fundamentalmente histórica para os colocar acima de toda a objurgatória, sequer de toda a crítica. São mártires.

  

Outros acrescentam que a propaganda do Holocausto ajuda à unicidade entre os judeus e os seus líderes; ajuda nas campanhas de angariação de fundos judaicos.
E agora a parte um pouco mais enxovalhada disto: a propaganda do Holocausto terá sido determinante nas quantidades fabulosas de dólares com que a Alemanha, pagando milhões e milhões a Israel e aos sobreviventes, reparou a sua maldade histórica; também terá servido de legitimação para a ajuda norte-americana ao estado de Israel quando usado como argumento de pressão política pelo lobby sionista, forçando o apoio do EUA à causa israelita no conflito no Médio Oriente, o que dá como resultado que o contribuinte americano contribua para Israel com biliões de dólares por ano. 
                                       
                                                          

Mas também, dizem, beneficiou os comunistas pela manobra de diversão que constituiu das atrocidades dos campos de concentração soviéticos de antes, durante e depois da II Guerra Mundial.
Escreveu o inevitável Ortega Y Gasset que há muitos anos atrás o pensador entendia que o conhecimento do mundo e da verdade não passava por nenhum outro caminho que o da ciência física e que nem outra verdade indiscutível seria cientificamente admissível para além da verdade física. Hoje, diz Ortega, já se duvida que a verdade não possa comportar outros tipos para além do físico. Há verdades não exclusivamente físicas.


Cito textualmente: Que seria o que chamamos de conhecimento exemplar, protótipo de verdade, se satisfizéssemos com precisão o sentido que leva em si a palavra conhecer?
Somente quando sabemos – prossegue Ortega y Gasset – o que é, na sua significação completa, conhecimento, poderemos ver se os que o Homem possui levam ou não essa significação, ou meramente se aproximam dela.

                                                                                               


E ainda uma citação de Lucien Febvre: Reúnem-se os factos. Para isso vai-se aos arquivos, sótãos dos factos. Basta baixarmo-nos para os recolher. Cestos cheios. Poisam-se em cima da mesa. Faz-se o que fazem as crianças quando brincam com cubos e trabalham para reconstruir a bela imagem que baralhámos para elas. O jogo está acabado, a história está feita. O que é que se quer mais? Nada. Senão saber porquê. Porquê fazer História? E portanto, o que é a História?


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